GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
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SECRETARIA EXECUTIVA DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS E NATURAIS
DIRETORIA DE HIDROMETEOROLOGIA – DHM


IV REUNIÃO DE ANÁLISE E PREVISÃO CLIMÁTICA PARA DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL NO TRIMESTRE MAIO A JULHO/2005


SUMÁRIO
A IV Reunião de Análise Climática de 2005 para a Região Nordeste do Brasil ocorreu nas dependências da Diretoria de Hidrometeorologia de Alagoas (DHM). Participaram do evento representantes do CPTEC/INPE, UFAL e Centros Estaduais de Meteorologia de Pernambuco e Sergipe, assim como representante da Hobeco. O evento teve início com a presença do Secretário da SEMARHN, o Exmo. Sr. Ronaldo Lopes.
Durante a reunião, foram apresentados os campos globais e aspectos relacionados ao clima da Região Nordeste do Brasil. Destacou-se a predominância de chuvas abaixo da média em grande parte da Região, especialmente no período de 01 a 17 de março. A partir desta data, o posicionamento de vórtices ciclônicos no interior do Nordeste foi favorável ao aumento das chuvas no norte da Região. No final de março, em particular, chuvas mais generalizadas afetaram o litoral da Bahia, inclusive com inundações na área urbana de Salvador. Ressalta-se, contudo, que estas chuvas não estiveram diretamente associadas ao principal sistema meteorológico responsável pelas chuvas neste período do ano: a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) , que se posicionou ao norte de sua climatologia.
Nos oceanos Atlântico e Pacífico, destacou-se a tendência de diminuição das anomalias positivas de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) relacionadas ao episódio El Niño, em fase de dissipação, e sobre o Atlântico Norte. Na região do Atlântico Sul, os ventos à superfície, próximo ao leste do Nordeste, pouco contribuíram para as chuvas no leste do Nordeste neste mês de março.
A previsão climática para o trimestre maio a julho de 2005 é de chuvas variando de normal a acima da normal climatológica (média histórica) no extremo leste da Região Nordeste, normal a abaixo da média no extremo norte e, nas demais áreas, a previsão é de normalidade. Considerando a intensificação da oscilação intrasazonal na bacia do Oceano Pacífico, esperam-se chuvas mais significativas no final de abril e início de maio de 2005, especialmente no leste do Nordeste. Também não se descarta grande variabilidade temporal e espacial das chuvas neste trimestre.

ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO
As chuvas ocorreram abaixo da média em grande parte da Região Nordeste do Brasil, com exceção de áreas no interior da Região e em parte do Rio Grande do Norte. Nestas áreas, o deslocamento do centro do Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN) contribuiu para o aumento das chuvas durante a segunda quinzena de março. No início de abril, as chuvas voltaram a diminuir em grande parte do Nordeste.

Pernambuco: As chuvas ficaram acima da média no sertão (17%), onde os totais de precipitação variaram entre 60 mm a 380 mm. No Agreste e Zona da Mata, os desvios foram negativos e variaram entre -25% e -73%, ressaltando que em algumas áreas do Agreste praticamente não choveu.

Sergipe: As chuvas variaram entre 100 mm e 140 mm no setor leste e noroeste do Estado. Considerando os valores médios históricos, os desvios extremos ocorreram no noroeste do Estado, onde os totais excederam os 120%, enquanto que, no setor sudeste, os desvios foram negativos de até -60%.

Alagoas: As chuvas não excederam os 40 mm em todo o Estado, predominando desvios negativos de precipitação. Apenas em uma pequena área no Sertão do São Francisco, ocorreram desvios ligeiramente positivos. Ressalta-se a grande deficiência hídrica em todo Estado de Alagoas.

No Estado da Bahia, as chuvas variaram entre 25 mm e 150 mm e estiveram predominantemente abaixo da média histórica. No norte da Região, as chuvas foram mais significativas e variaram entre 200 mm, no norte do Piauí, a 400 mm no norte do Maranhão. No norte do Ceará e Rio Grande do Norte e em grande parte do Piauí, as chuvas ocorreram abaixo da média histórica. Na Paraíba, somente em áreas do Sertão choveu acima da média histórica.

ANÁLISE DOS CAMPOS GLOBAIS
O campo de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) apresentou diminuição das anomalias positivas de TSM sobre o setor oeste do Pacífico Equatorial, indicando o enfraquecimento do atual episódio quente do fenômeno El Niño – Oscilação Sul (ENOS). No setor leste, próximo à costa oeste da América do Sul, permanecem anomalias negativas de TSM. No Atlântico Norte, destacou-se o enfraquecimento da alta subtropical, consistente com o posicionamento da ZCIT ao norte de sua climatologia. No Atlântico Tropical Sul, destacou-se a atuação da alta subtropical sobre o leste do Brasil e o enfraquecimento dos alísios de nordeste, igualmente consistente com a ZCIT mais ao norte neste mês de março.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
As condições oceânicas e atmosféricas e os resultados dos modelos de previsão de TSM continuam indicando o enfraquecimento do fenômeno El Niño nos meses subseqüentes. A maioria dos modelos de previsão de precipitação dos centros nacionais e internacionas, para o trimestre maio a julho de 2005, indica a ocorrência de chuvas próximas à normalidade no leste da Região Nordeste e ligeiramente abaixo da média histórica no norte da Região. A análise das oscilações intrasazonais que se propagam através dos oceanos Pacífico e Índico indica a intensificação do sinal da oscilação Madden-Julian, com possibilidade de um sinal favorável ao aumento das chuvas no final de abril e início de maio de 2005. Destacamos, ainda, a possibilidade de ocorrência de eventos extremos no decorrer deste período chuvoso, inclusive com possibilidade de veranicos em áreas isoladas.

As probabilidades de ocorrência de chuvas para o Nordeste do Brasil são mostradas na tabela e figura abaixo:
  Norte do Nordeste Interior do Nordeste Leste do Nordeste
Acima da Média
25 %
30%
35 %
Em torno da Média
35 %
40%
40 %
Abaixo da Média
40 %
30%
25 %
 

Figura – Estimativa da distribuição de probabilidade (%) de ocorrência de chuva em relação à média histórica no trimestre MJJ/2005, para o Nordeste do Brasil.

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