V REUNIÃO DE ANÁLISE E PREVISÃO CLIM. PARA O LESTE DA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL

GOVERNO DE SERGIPE
Secretaria de Estado do Planejamento
Superintendência de Recursos Hídricos
Centro de Meteorologia e Recursos Hídricos

Aracaju, 18 de maio de 2006.

Análise das chuvas em abril e início de maio de 2006.

Em abril a atuação favorável da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), associada à formação de linhas de instabilidade no setor norte do Nordeste, foram os principais sistemas responsáveis pelos elevados totais acumulados de chuva observado em grande parte do Maranhão e sudoeste do Piauí, resultando desta forma, em desvios acima da média histórica. Destaca-se também a ocorrência de chuvas acima da média em grande parte da Bahia resultado da influência de sistemas frontais. Nos demais estados do Nordeste observou-se uma grande variabilidade entre padrões positivos e negativos de anomalia de precipitação, com predominância de padrões positivos.
Na primeira quinzena do mês de maio, a formação de áreas de instabilidade, também associadas à passagem de sistemas frontais, favoreceu o aumento das chuvas em grande parte da Região Nordeste, com chuvas acima da média climatológica e eventos de chuvas intensas (valores superiores a 100 mm em 24hs) em particular na faixa leste.

PROGNÓSTICO PARA O PERÍODO DAS CHUVAS (JUNHO A AGOSTO DE 2006) PARA O LESTE DO NORDESTE BRASILEIRO

A previsão elaborada pelos meteorologistas reunidos durante a V Reunião de Análise e Previsão Climática para o Nordeste do Brasil, nas dependências da SEPLAN, em Aracaju-SE, foi de permanência de ocorrência de totais pluviométricos variando de normal a ligeiramente acima da média climatológica para o leste do Nordeste, desde o Rio Grande do Norte ao leste da Bahia, para o trimestre junho a agosto de 2006. Nas demais áreas do Nordeste, a previsão é da probabilidade climatológica.

Condições Oceânicas

Diferentemente do mês anterior, as análises das condições oceânicas atuais, destacaram-se valores de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) em torno da média no Pacífico Equatorial Central, ou seja, uma desintensificação do episódio La Niña. Anomalias positivas de TSM dominaram áreas subtropicais e latitudes médias dos Oceanos Pacífico Sul sudoeste do Oceano Índico. Os recentes resultados dos modelos oceânicos de previsão de anomalias de TSM do Pacífico indicam, para os próximos meses, tendência de neutralidade.

O Atlântico Norte caracterizou-se por um aumento das anomalias de TSM, ocorrendo o mesmo ao longo da costa leste do Nordeste. O centro de Alta pressão subtropical do Atlântico Sul permaneceu intensificado e deslocado para sudoeste, situação que favoreceu o aumento das chuvas no setor leste do Nordeste do Brasil.

Resultados dos Modelos de Previsão Climática


De modo geral, os modelos de precipitação apresentaram uma tendência de ocorrência de anomalias positivas em todos os estados do Nordeste. Os modelos atmosférico e acoplado do CPTEC indicaram chuvas acima da média para o leste do Nordeste no trimestre junho e agosto de 2006. O multi-model do IRI apresentou um resultado na categoria normal para o trimestre JJA, considerando tanto as condições de TSM persistida como prevista.

Com base nas análises das condições oceânicas e atmosféricas relativas a abril e meados de maio, e dos resultados gerados por modelos numéricos de escala global e regional de previsão climática a previsão para o leste da Região Nordeste é de uma maior probabilidade de ocorrência de chuvas em torno da normal climatológica (40%), durante o período de junho a agosto de 2006. A probabilidade de ocorrência de chuvas acima da climatologia é de 35% e abaixo 25%. Nas demais áreas do Nordeste, a previsão é de valores próximos à média climatológica. A distribuição de probabilidades para o leste do Nordeste é ilustrada na figura ao lado. Ressalta-se, ainda que devido a alta variabilidade espacial e temporal, característica também intrínseca da chuva no leste do Nordeste, recomenda-se fortemente o acompanhamento das análises e previsões diárias de tempo, devido a possibilidade da ocorrência de eventos extremos: chuvas intensas e veranicos, já que não é possível prever neste momento, quando e onde os mesmos ocorrerão.

Figura 1- Distribuição de probabilidades para o setor leste do Nordeste, considerando três categorias: acima (quadro superior), próximo (quadro central) e abaixo da média histórica (quadro inferior) para o trimestre JJA/2006.

NOTA: A utilização prática deste prognóstico no processo de tomada de decisão, nos recursos hídricos, na agricultura, turismo e demais setores da sociedade, sejam eles da esfera privada ou governamental, é de inteira responsabilidade dos usuários.

Instituições Participantes


CPTEC/INPE - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos /Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia
FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos.
LAMEPE-ITEP - Laboratório de Meteorologia de Pernambuco - Instituto de Tecnologia de Pernambuco.
SEMARHN-AL – Secretaria Executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Alagoas.
SRH-SE – Superintendência de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe.
UFS – Universidade Federal de Sergipe
EMPARN – Empresa de pesquisa agropecuária do Rio Grande do Norte