GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
SECRETARIA DA AGRICULTURA DA PECUÁRIA E DA PESCA DO RIO GRANDE DO NORTE - SAPE
EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DO RIO GRANDE DO NORTE S/A - EMPARN
Natal, 21 de fevereiro de 2003
Nos dias 20 e 21 de fevereiro de 2003, sob a coordenação da EMPARN (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte), técnicos do CPTEC/INPE, Centros Estaduais de Meteorologia do Nordeste e outras Instituições se reuniram para analisar as condições atmosféricas e oceânicas do mês de janeiro e início de fevereiro de 2003, e elaborar a tendência climática para o trimestre março, abril e maio do corrente ano.
1 COMPORTAMENTO DAS CHUVAS EM JANEIRO
O mês de janeiro apresentou chuvas que ocorreram somente a partir da segunda quinzena, com uma distribuição heterogênea. Estas chuvas estiveram associadas a atuação de um sistema meteorológico denominado Vórtice Ciclônico de Ar Superior (VCAS), e especialmente no Ceará e Piauí, à atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Em fevereiro (01 a 20) as chuvas registradas, com exceção do Ceará e Piauí, apresentaram uma redução a partir da primeira semana.
2 CONDIÇÕES HÍDRICAS REGISTRADAS
De modo geral, a situação dos maiores reservatórios do semi-árido ainda não é satisfatória, apresentando valores abaixo da capacidade média (50% do volume).
3 ASPECTOS GLOBAIS
As condições de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial mostram um ligeiro aquecimento (até 1,5°C acima da média) no setor central, próximo à Linha de Data Internacional (180°W) caracterizando um El Niño de intensidade fraca/moderada. Comparando-se a situação observada em janeiro de 2003 com a situação de dezembro de 2002 verifica-se que o El Niño sofreu um enfraquecimento, principalmente no setor oriental, próximo à costa da América do Sul. A TSM no Atlântico subtropical apresentou anomalias positivas na bacia sul. No setor tropical, no entanto, não se observa nenhum padrão que possa favorecer ou desfavorecer as chuvas do setor norte do nordeste.
4 TENDÊNCIAS CLIMÁTICAS
A tendência para o trimestre MAM (Março, Abril e Maio) é de chuvas de normal a abaixo da média no setor norte do nordeste. Ressalta-se que as chuvas deverão apresentar alta variabilidade espacial e temporal, isto é, em algumas regiões poderão ocorrer valores em torno da média, e outras abaixo da média. O conhecimento atual não permite particularizar (ou regionalizar) o comportamento da chuva. Assim sendo, a previsão deve ser interpretada para o setor norte do nordeste como um todo.
O comportamento das chuvas observadas até meados de fevereiro apresentou uma forte componente intrasasonal, isto é, ocorrência de períodos favoráveis às chuvas seguidos de pequenos períodos desfavoráveis (veranicos). Estima-se que este tipo de característica deva permanecer durante o trimestre MAM. Entretanto não é possível prever a que tempo ocorrerão estes períodos de estiagem ou chuva.
Em relação ao comportamento do atual episódio El Niño, prevê-se que ele deva enfraquecer gradualmente, até extinguir-se durante o trimestre MJJ (modelo oceânico do Centro Norte-Americano).
A previsão de consenso baseou-se nos modelos dinâmicos do International Research Institute (IRI), do UK Meteorological Office, do Sistema de Previsão Regional (FUNCEME), do Centro de Previsão de Tempo de Estudos Climáticos, e na observação das características climáticas globais e nacionais.
4.1 OBSERVAÇÕES
O comportamento das chuvas não está sendo previsto para outras áreas que não o setor norte do nordeste, porque nestas os períodos chuvosos ocorrem em outros períodos. A referida previsão não é válida para pequenas áreas (por exemplo, município ou ponto isolado), além disso, não permite prognosticar a que tempo irão ocorrer os eventos de chuva durante o trimestre ou a ocorrências de veranicos. Este tipo de informação poderá ser fornecida somente pelo monitoramento diário e pela previsão de tempo.
O grupo de trabalho que elaborou esta previsão manterá um monitoramento continuo das condições climáticas globais e regionais.
CRONOGRAMA DAS PRÓXIMAS REUNIÕES CLIMÁTICAS DO NORDESTE PARA A ESTAÇÃO CHUVOSA DE 2003.Março - Recife
Abril - Maceió
Maio - Salvador
Junho - Campina Grande
Julho - Aracajú
Agosto - Recife
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTESCLBI - Centro de Lançamento da Barreira do Inferno - Natal/RN;
CPTEC/INPE - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos;
DEFESA CIVIL - Ministério da Integração Nacional - Brasília/DF;
DHME - Departamento de Hidrometeorologia do Estado do Piauí;
FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos;
SEMARH/LMRS-PB - Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais/Laboratório de Meteorologia, Recursos Hídricos e Sensoriamento Remoto da Paraíba;
SEPLANTEC/SRH/SE - Secretaria de Planejamento, Ciência e Tecnologia/ Superintendência de Recursos Hídricos de Sergipe
SERH - Secretaria Estadual de Recursos Hídricos/AL - DHM;
UFCG/DCA - Universidade Federal de Campina Grande/Departamento de Ciências Atmosféricas