VIII REUNIÃO DE ANÁLISE CLIMÁTICA DO NORDESTE DO BRASIL
Recife, 05 de setembro de 2003.
SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE – SECTMA-PE
INSTITUTO TECNOLÓGICO DE PERNAMBUCO – ITEP
LABORATÓRIO DE METEOROLOGIA – LAMEPE



AVALIAÇÃO DO PERÍODO CHUVOSO (Maio a Julho/2003) NO NORDESTE DO BRASIL (NEB)

No geral as chuvas observadas no período de maio a julho/2003, que abrange os meses mais chuvosos do setor leste no NEB (Agreste, Zona da Mata e Litoral), variaram de normal a abaixo desta, em praticamente, todos os Estados. A seguir breve análise do comportamento pluviométrico em cada Estado:

PI – No setor semi-árido as chuvas foram abaixo da média, nos demais setores em torno da média.
CE – As chuvas foram em torno e acima da média histórica.
RN – No geral as chuvas foram em torno da normal em todo o Estado.
PB – No geral as chuvas foram abaixo e em torno da média com alta variabilidade na distribuição, os maiores desvios negativos foram observados no setor central (Cariri e Curimatau).
PE – As chuvas foram irregulares, principalmente no Agreste, onde os desvios oscilaram entre -25 e -50%, por outro lado, no Litoral e Zona da Mata as chuvas ficaram dentro da normalidade.
AL – As chuvas foram abaixo da normal climatológica no Sertão e Agreste, enquanto, no Litoral e Zona da Mata foram dentro da normalidade.
SE – No semi-árido abaixo da média e no Litoral e Zona da Mata normal e acima da normal.
BA – No geral as chuvas foram em torno da normal climatológica.

Com relação ao quadro da precipitação observada durante agosto de 2003, destacam-se os Estados do Ceará, Rio Grande do Norte e leste da Paraíba, com chuvas acima da média histórica. No restante dos Estados as chuvas no setor leste se comportaram de normal a abaixo da média histórica, com alta variabilidade espacial e temporal. Entretanto, em alguns setores isolados do Litoral as precipitações ficaram acima da média. Ressalta-se, porém que a pré-estação chuvosa da parte sul do Nordeste, que compreende o oeste e centro-sul do Estado da Bahia, extremo sul do Maranhão, Piauí e extremo oeste de Pernambuco inicia-se em outubro.

TENDÊNCIA CLIMÁTICA PARA OS MESES DE SETEMBRO-OUTUBRO-NOVEMBRO/2003 PARA O NORDESTE DO BRASIL

Com base nos padrões globais da atmosfera e dos oceanos Pacífico Equatorial e Atlântico Tropical, das condições climáticas do leste do NEB e dos resultados gerados pelos modelos dinâmicos e estatísticos de previsão de clima dos principais centros meteorológicos mundiais (CPTEC/INPE, NCEP, COLA, NASA e ECMWF), a previsão é de que as chuvas fiquem em torno da média histórica nos meses de setembro a novembro de 2003, na faixa leste do NEB (Região que compreende faixa leste dos Estados do Rio Grande do Norte ao Recôncavo Baiano).

CONSIDERAÇÕES RELEVANTES SOBRE O PROGNÓSTICO

• Anomalias da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) mostram-se em torno da média histórica na parte central e leste do Pacifico Equatorial durante o mês de agosto. As análises das condições oceânicas e atmosféricas apresentam um quadro de normalidade;
• Na Bacia do Atlântico Tropical, as anomalias da TSM permanecem acima do normal, favorecendo a ocorrência de chuvas na faixa leste do Nordeste;
• Durante agosto foram registradas as primeiras incursões de frentes frias de latitudes extra-tropicais no Nordeste durante 2003, ocasionando chuvas sobre toda a Região Nordeste.
• O período chuvoso da faixa leste estende-se até agosto, quando climatologicamente observa-se uma redução significativa das chuvas após esse período;
• Há possibilidade de ocorrência de eventos de chuvas intensas em algumas áreas isoladas do leste do NEB. Recomenda-se o acompanhamento dos boletins contendo as análises e as tendências climáticas elaboradas pelos Centros de Meteorologia Estaduais.

COMPORTAMENTO DA SAFRA AGRÍCOLA

De um modo geral, a produção agrícola foi dentro da normalidade na maioria dos estado, exceto nos estados do Piauí, Paraíba e Pernambuco, principalmente, no setor semi-árido.

COMPORTAMENTO DOS RESERVATÓRIOS

Em relação às condições dos reservatórios a maioria, que se encontra no setor semi-árido, não atingiu a capacidade máxima. Por outro lado, os que se encontram localizados no Litoral e Zona da Mata estão com volume armazenado igual ou superior a 80% de sua capacidade máxima.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apresentados neste boletim tiveram como base a análises dos dados pluviométricos apresentados na VIII Reunião de Análise Climática, que foi realizada nos dias 04 e 05 de setembro de 2003, pelo Instituto de Tecnologia de Pernambuco—ITEP—através do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco—LAMEPE—com a participação das seguintes instituições:

SEMAR – PI Séc. do Meio Ambiente e dos Rec. Hídricos do estado do Piauí
FUNCEME - CE Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos.
EMPARN –RN Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte.
SEMARH/LMRS – PB Lab. de Meteorologia, Rec.Hídricos e Sensoriamento Remoto.
LAMEPE/ITEP – PE Lab. de Meteorologia / Instituto Tecnológico de Pernambuco
DHM/SEMARHN – AL Diretoria de Hidrometeorologia da SEMARHN.
CMRH/SRH/SEPLANTEC-SE Centro de Meteorologia e Rec. Hídricos de Sergipe
SRH-BA Superintendência de Recursos Hídricos da Bahia.
CPTEC/INPE-SP Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos

Também estiveram representadas:
CHESF-PE Companhia Hidroelétrica do São Francisco;
IBGE-PE Instituto Brasileira de Geografia e Estatística;
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária;
UFCG-PB Universidade Federal de Campina Grande;
UFPE-PE Universidade Federal de Pernambuco;
UFRPE-PE Universidade Federal Rural de Pernambuco;
DTEC/UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana;
INFRAERO-PE Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária;
CINDACTA III Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo;
CODECIPE Comissão de Defesa Civil de Pernambuco;
CODECIR Comissão de Defesa Civil de Recife;
Comissão de Defesa Civil de Jaboatão dos Guararapes;
SIMTECH Representações.