VI REUNIÃO DE ANÁLISE CLIMÁTICA
Campina Grande, 17 e 18 de junho de 2003
GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA
SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS - SEMARH
LABORATÓRIO DE METEOROLOGIA, RECURSOS HÍDRICOS E SENSORIAMENTO REMOTO DA PARAÍBA – LMRS-PB

AS CHUVAS NO PERÍODO DE FEVEREIRO A MAIO (FMAM) SOBRE O NORTE
DO NORDESTE DO BRASIL FORAM DE NORMAL A ABAIXO DA MÉDIA

METEOROLOGIA (período FMAM de 2003 e perspectivas futuras) CHUVAS NO NORDESTE DO BRASIL
A Região Nordeste do Brasil (NEB) possui três períodos chuvosos bem definidos. O principal período da estação chuvosa da porção setentrional do NEB (região semi-árida) estende-se de fevereiro a maio. Na parte sul do Nordeste, que compreende o oeste e centro-sul do Estado da Bahia, o extremo sul do Maranhão e o sul do Piauí, o período chuvoso é de outubro a março. No leste da Região Nordeste (Zona da Mata e Agreste) o período chuvoso vai de abril a agosto.
As áreas do Nordeste do Brasil que apresentaram chuvas abaixo da média foram: grande parte dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Piauí, parte central da Paraíba e Rio Grande do Norte, sul do Ceará e região central do Litoral Norte do Maranhão. Nas demais áreas do Nordeste do Brasil, as chuvas se comportaram de normais a acima da média, principalmente em quase todo o Maranhão e o litoral do Ceará.

No setor sul do semi-árido nordestino, o valor acumulado de chuvas no período FMAM ficou aproximadamente 25,0 % abaixo da média. No setor norte do Nordeste do Brasil, que compreende a faixa que se estende desde o litoral do Maranhão ao Ceará, os valores acumulados foram 9,0 % acima dos valores climatológicos observado no período.

As condições de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) no Pacífico Equatorial mostram anomalias negativas desde o Pacífico Equatorial oeste (costa oeste da América do Sul) até o Oceano Pacífico Central. Por volta de 100 m de profundidade, as TSMs estiveram 1 ºC abaixo da medis histórica. Nos baixos níveis da atmosfera, foi observada a intensificação dos alísios principalmente a oeste da Linha de Data Internacional. Estas características mostram que poderá configurar-se para os próximos meses um episódio de La Niña. Na região do Atlântico Tropical vem sendo observada a permanência de águas quentes próximo à costa do Nordeste do Brasil, o que poderá contribuir para a ocorrência de chuvas na faixa litorânea.

De acordo com a atual situação oceânica e atmosférica e dos resultados dos modelos de previsão climática do CPTEC/INPE, norte-americanos (NCEP, NCAR, COLA e NASA) e europeus (Centro Europeu-ECMWF), a previsão climática para os meses de julho e agosto de 2003 no setor leste do Nordeste do Brasil é de totais pluviométricos acima da média histórica. Nas demais regiões do Nordeste, consideram-se como encerrado o período chuvoso.

Recomenda-se o monitoramento da evolução da temperatura das águas superficiais no oceano Atlântico e dos ventos na costa brasileira. Estas variáveis constituem o principal sistema favorável ao desenvolvimento de distúrbios geradores de precipitação no Nordeste, principalmente sobre o setor leste.

CHUVAS NO NORDESTE DO BRASIL


Recomenda-se monitorar também as condições oceânicas e atmosféricas no Oceano Pacífico Equatorial.

Do ponto de vista agrícola, no ano de 2003, para a região do Litoral Leste do Nordeste do Brasil, o desenvolvimento das culturas nessa região não deverá ser prejudicado, tendo em vista que as chuvas apresentam totais relativamente elevados e regularidade espacial e temporal. Além disso, a previsão indica tendência de chuvas acima da média na faixa litorânea.

Sob o aspecto hídrico, para a região do Litoral Leste do Nordeste do Brasil considerando às precipitações ocorridas na primeira quinzena de junho, supõe-se que o subsolo encontra-se com bom nível de armazenamento. As chuvas previstas para o bimestre (julho e agosto) deverão contribuir para manter a atual evolução do suprimento dos mananciais, possibilitando a gradativa recuperação do armazenamento dos mesmos. Vale salientar que grande parte destes açudes encontra-se com seu volume acima de 60,0 % da sua capacidade máxima.



RECURSOS HÍDRICOS (período FMAM de 2003)
De um modo geral, no período de fevereiro a maio, em quase todo o Nordeste do Brasil não houve uma boa reposição do armazenamento de água nos reservatórios e mananciais, especialmente nas regiões central e oeste dos estado de Pernambuco e Bahia e central do Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba. Nos estados do Ceará e Maranhão houve uma boa recuperação dos mananciais principalmente no setor norte destes Estados (faixa litorânea). Nas demais regiões do Nordeste do Brasil, os açudes encontram-se com bom aporte de água, principalmente os localizados nas regiões da Zona da Mata e Agreste.

OBSERVAÇÕES
Tais resultados foram baseados em análises provindas da VI reunião de análise climática para o Nordeste do Brasil, que foi realizada nos dias 17 e 18 de junho de 2003, pela Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Minerais – SEMARH através do Laboratório de Meteorologia, Recursos Hídricos e Sensoriamento Remoto da Paraíba – LMRS e contou com a participação de diversas instituições nas áreas de meteorologia, recursos hídricos, agricultura, meio ambiente, defesa civil, dentre outras. Assim, estiveram presentes técnicos da Empresa de Pesquisas Agropecuária do Rio Grande do Norte - EMPARN - NATAL, do Laboratório de Hidrometeorologia da Bahia – LHMB/SRH, da Superintendência de Recursos Hídricos de Sergipe – SRH, da Secretaria de Recursos Hídricos de Alagoas, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME, do Departamento de Ciências Atmosféricas – DCA/UFCG, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC/INPE, EMATER/PB, EMBRAPA/PB, CAGEPA, DNOCS/PB, Centro de Lançamento da Barreira do Inferno – CLBI/RN, Secretaria de Agricultura do Estado da Paraíba – SEAGRI/PB, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil CEDEC/PB e Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Campina Grande.

No mês de julho, deverá ocorrer em Sergipe, a VII reunião de análise climática para o Nordeste do Brasil. Neste encontro, deverão ser avaliadas as condições climáticas mais atuais no NEB, assim como a evolução dos sistemas meteorológicos atuantes sobre a região e os impactos provocados pelos mesmos.

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