I REUNIÃO DE ANÁLISE CLIMÁTICA
Campina Grande, 15 de janeiro de 2004
GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA
SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E MINERAIS - SEMARH
LABORATÓRIO DE METEOROLOGIA, RECURSOS HÍDRICOS E SENSORIAMENTO REMOTO DA PARAÍBA – LMRS-PB
PREVISÃO DE CHUVAS COM TOTAIS PLUVIOMÉTRICOS EM TORNO DA MÉDIA
HISTÓRICA PARA O SETOR NORTE DO NORDESTE DO BRASIL

CHUVAS NO NORDESTE DO BRASIL
No geral, as chuvas observadas no início de janeiro de 2004, para grande parte do Nordeste do Brasil foram bem significativas e com valores diários que ultrapassaram os 50 mm, em locais isolados. As maiores chuvas ocorreram no sul do Maranhão e Piauí e Ceará, oeste do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

Neste mês, já foram observadas mudanças significativas nos volumes de alguns reservatórios d’água sobre o Nordeste do Brasil, principalmente sobre os pequenos reservatórios.

Com relação aos valores anuais, no período de janeiro a dezembro de 2003, as chuvas se comportaram em torno da média histórica sobre a faixa litorânea e áreas adjacentes. Na região do Semi Árido, as chuvas ficaram de normal a abaixo da média.

ANÁLISE E PREVISÃO CLIMÁTICA
As Anomalias da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) mostraram-se ligeiramente acima da média histórica no setor centro-oeste do Pacifico equatorial, durante o mês de dezembro/03. Embora os valores estejam acima da média histórica, o acoplamento oceano-atmosfera não indica a configuração dos fenômenos El Niño ou La Niña.

No Oceano Atlântico, na Bacia do Atlântico tropical norte, as anomalias de TSM,apresentam valores ligeiramente acima do normal, enquanto que sobre o setor tropical sul os valores de TSM estiveram abaixo da média histórica.

Em relação aos ventos nos baixos níveis da atmosfera (850 hPa), a Alta Subtropical Sul apresentou em Dezembro/03 mais intensificada do que o mês anterior e sobre o Atlântico tropical norte a alta dos Açores apresentou valores menos intensos do que no mês anterior.

As configurações sobre o Oceano Atlântico e atmosfera atuais se mostram, por enquanto, desfavoráveis à migração da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal mecanismo causador de chuvas no norte do Nordeste.

Os modelos de previsão da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) do Centro Norte-Americano (NCEP) e do Centro Europeu (ECMWF) prevêem que as condições do Oceano Pacífico Equatorial estarão próximas à média histórica nos próximos meses.

Levando-se em consideração os atuais padrões da atmosfera e dos oceanos Pacífico equatorial e Atlântico tropical, e os resultados dos modelos climáticos e estatísticos dos principais centros meteorológicos mundiais (CPTEC/INPE, NCEP, COLA, NASA, ECPC e ECMWF), há consenso técnico de que a previsão climática para o quadrimestre, fevereiro, março, abril e maio de 2004 (quadra 1), para o setor norte do Nordeste brasileiro ¹ , é de chuvas com totais pluviométricos em torno da média histórica. Não se descarta a variabilidade espacial e temporal das chuvas.

Os parâmetros meteorológicos importantes para a determinação da qualidade da quadra chuvosa continuam a ser monitorados. Este monitoramento é essencial para a validação e atualização dessa previsão.

OBSERVAÇÕES

Tais resultados foram analisados e discutidos na I reunião de análise climática para o Nordeste do Brasil, que foi realizada nos dias 14 e 15 de janeiro de 2004, sobre organização da Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais – SEMARH / Laboratório de Meteorologia Recursos Hídricos e Sensoriamento Remoto da Paraíba – LMRS-PB e contou com a participação de diversas outras instituições nas áreas de meteorologia, recursos hídricos, agricultura, meio ambiente, defesa civil, dentre outras. Assim, também estiveram presentes, técnicos da SEMARH/LMRS – PB, da Agência de Águas, Irrigação e Saneamento - AAGISA-PB, da Empresa de Pesquisas Agropecuária do Rio Grande do Norte - EMPARN - RN, do Laboratório de Meteorologia de Pernambuco/Instituto Tecnológico de Pernambuco – PE, da Universidade Estadual de Feira de Santana – BA, do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) –RN, da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE), Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC / INPE, do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) - RO e da Universidade Federal de Campina Grande / Departamento de Ciências Atmosféricas - PB.

Nos dias 12 e 13 de fevereiro de 2004, no Rio Grande do Norte, na cidade de Caicó, será realizada a II reunião de Análise Climática para o Nordeste do Brasil, sobre o patrocínio da Empresa de Pesquisas Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN.

1 - O semi-árido nordestino compreende desde o norte da Bahia até o litoral maranhense.

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