GOVERNO DO ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA COORDENADORA DE INFRA ESTRUTURA E SERVIÇOS
SECRETARIA EXECUTIVA DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS E NATURAIS
DIRETORIA DE HIDROMETEOROLOGIA – DHM
IV REUNIÃO DE ANÁLISE E PREVISÃO CLIMÁTICA PARA PARA O LESTE DA REGIÃO
NORDESTE DO BRASIL

Maceió, 19 de abril de 2006
Análise das chuvas em março e início de abril de 2006
As chuvas apresentaram valores acima da média histórica em grande parte da Bahia, sertão da Paraíba e Pernambuco e centro-sul do Maranhão e Piauí. De modo geral, as chuvas observadas nestas áreas estiveram associadas à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) – banda de nebulosidade que se configura a partir dos sistemas frontais semi-estacionários sobre o Brasil Central e oceano adjacente, com a configuração de cavados e vórtices ciclônicos em altos níveis.

No norte da Região Nordeste, o posicionamento da ZCIT foi mais favorável ao aumento das chuvas neste mês, inclusive com o aumento da formação de linhas de instabilidade, em particular no final de março e início de abril, com valores próximos a normal climatológica no Estado do Ceará. No setor leste do Nordeste, as chuvas apresentaram um déficit superior a 50 mm desde o Rio Grande do Norte ao Recôncavo baiano, com exceção de áreas no noroeste de Sergipe e no sertão de Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
PROGNÓSTICO PARA O PERÍODO DAS CHUVAS (MAIO A JULHO DE 2006) PARA O LESTE DO NORDESTE BRASILEIRO
A previsão elaborada pelos meteorologistas reunidos durante a IV Reunião de Análise e Previsão Climática para o Nordeste do Brasil, nas dependências da SEMARHN, em Maceió-AL, foi de permanência de ocorrência de totais pluviométricos variando de normal a ligeiramente acima da média climatológica para o leste do Nordeste, desde o Rio Grande do Norte ao leste da Bahia, para o trimestre maio a julho de 2006. Nas demais áreas do Nordeste, a previsão é de valores próximos à média climatológica.
Condições Oceânicas
Na análise das condições oceânicas atuais, destacaram-se valores de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) abaixo da média no Pacífico Equatorial Central, mantendo-se a fraca intensidade do episódio La Niña. No Atlântico Norte, caracterizou-se a mudança no padrão de anomalias de TSM que apresentava anomalias positivas desde o final de 2004, passando a valores de TSM próximos à média entre fevereiro e março de 2006. Adjacente à costa leste do Nordeste, observou-se a intensificação da alta pressão subtropical do Atlântico Sul e a permanência de anomalias positivas de TSM. Em permanecendo, esta configuração pode contribuir para o aumento das chuvas no setor leste do Nordeste do Brasil.
Resultados dos Modelos de Previsão Climática
De modo geral, os modelos de precipitação apresentaram uma tendência de ocorrência de anomalias positivas no norte do Nordeste. Os modelos atmosférico e acoplado do CPTEC e os modelos do NCEP indicaram chuvas em torno da média a ligeiramente acima para o leste do Nordeste no trimestre maio, junho e julho de 2006. O multi-model do IRI apresentou um resultado mais favorável para o trimestre MJJ, em relação ao trimestre anterior, com maior probabilidade de chuvas de normal a acima da normal para o norte e leste do Nordeste, considerando tanto as condições de TSM persistida como prevista.
A previsão para o leste da Região Nordeste é de uma maior probabilidade de ocorrência de chuvas em torno da normal climatológica (40%), durante o período de maio a julho de 2006. A probalidade de ocorrência de chuvas acima da climatologia é de 35% e abaixo 25%. Nas demais áreas do Nordeste, a previsão é de valores próximos à média climatológica. A distribuição de probabilidades para o leste do Nordeste é ilustrada na figura ao lado. Ressalta-se, ainda, a alta variabilidade temporal e espacial das precipitações também neste setor do Nordeste, como é esperado em anos com precipitação em torno da normal climatológica. As oscilações atmosféricas intrasazonais, com período de 30 a 60 dias, apontam uma fase favorável para ocorrência de chuvas no norte e leste do Nordeste no final de abril e início de maio de 2006, segundo o modelo do NCEP.
Figura 1- Distribuição de probabilidades para o setor leste do Nordeste, considerando três categorias: acima (quadro superior), próximo (quadro central) e abaixo da média histórica (quadro inferior) para o trimestre MJJ/2006.
NOTA: A utilização prática deste prognóstico no processo de tomada de decisão, nos recursos hídricos, na agricultura, turismo e demais setores da sociedade, sejam eles da esfera privada ou governamental, é de inteira responsabilidade dos usuários. A quinta reunião de análise e previsão climática de será realizada em Aracaju-SE, em maio próximo, quando será elaborada a previsão climática para o período Junho-Julho-Agosto de 2006.
Instituições Participantes
CPTEC/INPE - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos /Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
FUNCEME - Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos.
LAMEPE-ITEP - Laboratório de Meteorologia de Pernambuco - Instituto de Tecnologia de Pernambuco.
SEMARHN-AL – Secretaria Executiva de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Alagoas.
SRH-BA – Superintendência de Recursos Hídricos do Estado da Bahia.
SRH-SE – Superintendência de Recursos Hídricos do Estado de Sergipe.
UFAL – Universidade Federal de Alagoas
FUNESA – Fundação Universidade do Estado de Alagoas