Realizada em Maceió nos dias 15 e 16 de abril de 2004.
Análise das Chuvas e das Condições Hídricas do Nordeste do Brasil

Análise das Chuvas
Os valores acumulados de chuva no mês de março e primeira quinzena de abril estiveram, em média, abaixo dos valores climatológicos nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Embora as chuvas tenham se apresentado abaixo da média em março, os reservatórios encontram-se, em sua maioria, com volumes superiores a 90% da capacidade máxima. Isto se deveu à ocorrência de sistemas transientes (Vórtices Ciclônicos em Ar Superior, Cavados em Altos Níveis, Zona de Convergência da América Sul) responsáveis pelas chuvas ocorridas nos meses de janeiro e fevereiro.

Previsão Climática

As Anomalias da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) se encontraram, em geral, próximas à média histórica em praticamente todo o oceano Pacífico Equatorial durante o mês de março. As previsões indicaram que as águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial deverão ficar próximas à média histórica durante os próximos meses.

Os fatores que influenciam a qualidade da estação chuvosa do setor leste do Nordeste do Brasil, como por exemplo temperatura da superfície do mar na costa do Nordeste, vento e ocorrência de distúrbios de leste não encontram-se favoráveis. A partir da análise dessas condições juntamente com os modelos dos principais centros meteorológicos mundiais (CPTEC/INPE, NCEP, COLA, NASA, ECPC, Max Planck Institute), houve consenso técnico de que a previsão climática para o trimestre maio, junho e julho de 2004, é de chuvas variando de normal a abaixo da média histórica para o setor leste do Nordeste do Brasil, que compreende a faixa que vai de RN até o recôncavo baiano. A redução das chuvas poderá chegar a 20%, com possibilidades de ocorrência de veranicos.

No setor norte do Nordeste, a tendência é de chuvas abaixo da média para o final do mês de abril e para o mês de maio.

Recomenda-se se aos órgãos tomadores de decisão dos Estados, particularmente à Defesa Civil, que mantenham-se atualizados diariamente com as previsões de tempo. Cabe ressaltar que águas aquecidas na costa leste do Nordeste podem intensificar as perturbações atmosféricas, favorecendo a ocorrência de eventos extremos de curto intervalo de tempo (chuvas intensas, acompanhadas de rajadas de vento).

Observações

Tais resultados foram analisados e discutidos na IV Reunião de Análise Climática para o Nordeste do Brasil, que foi realizada nos dias 15 e 16 de abril de 2004, sob a coordenação da Diretoria de Hidrometeorologia pertencente à Secretaria Executiva de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Naturais do Estado de Alagoas, com a participação das seguintes instituições:

» Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN).
» Secretaria Extraordinária do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e Minerais – SEMARH / Laboratório de Meteorologia Recursos Hídricos e Sensoriamento Remoto da Paraíba - LMRS-PB.
» Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (LAMEPE)/Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP) – PE
» Universidade Federal de Alagoas (UFAL).
» Superintendência de Recursos Hídricos de Sergipe – Centro Estadual de Meteorologia e dos Recursos Hídricos – CMRH – SE.
» Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos - CPTEC / INPE.
» Instituto Nacional de Meteorologia – INMET.
» Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
» Agência de Desenvolvimento do Nordeste (ADENE).
» EMBRAPA Tabuleiros Costeiros

A próxima reunião climática será organizada e realizada nos dias 20 e 21 de maio pela CMRH – SE.
Anexo I – Relação dos Participantes

» Raimundo Jaildo dos Anjos
» Nibson Soares
» Helio Camargo Júnior
» Luiz Carlos Baldicero Molion
» Manoel Toledo
» Edel Guilherme Silva Pontes
» Fabiana Carnaúba Medeiros
» Rômulo de Araújo Abreu
» Alexandre Silva Santos
» Emanuel Ramos Teixeira
» Overland Amaral Costa
» Francis Lacerda
» Carmem T. Becker
» Ueliton Pinheiro
» Ana Alexandrina Gama da Silva
» Carlos Almiro