Índice de Precipitação Padronizado (SPI)

Índice de Precipitação Padronizado (SPI)

O produto disponível nesta página é o Índice de Precipitação Padronizado (do acrônimo em inglês Standard Precipitation Índex – SPI), comumente utilizado para o monitoramento de condições associadas a secas e excesso de chuva. O SPI foi desenvolvido por McKee et al. (1993), e é baseado somente no produto de precipitação mensal, neste caso, produzido pelo CPTEC/INPE, a partir de dados provenientes de diversas fontes de dados do Brasil. A principal característica do SPI é a possibilidade de utilização de monitoramento tanto de condições úmidas como secas em diversas escalas de tempo. Esta flexibilidade temporal possibilita utilizar o SPI em várias aplicações.

Cálculo do SPI

O CPTEC/INPE utiliza os dados de precipitação em ponto de grade acumulados mensalmente para calcular o SPI, para diferentes escalas de intensidade. Clique aqui para ver as informações a respeito dos dados de precipitação. O SPI foi descrito pela primeira vez por McKee et al. (1993). Obtém-se este índice por meio da normalização da precipitação mensal a partir de uma função de distribuição de probabilidade. O procedimento para o cálculo do SPI inicia totalizando-se os registros de precipitação em uma dada escala de tempo. A série temporal dos totais de precipitação é ajustada a uma função de distribuição de probabilidade, a qual é transformada em uma função normal de distribuição de probabilidade, de modo que o valor médio do SPI para o local e período desejado seja zero. A descrição completa do procedimento computacional do SPI pode ser encontrada em McKee (1993). Valores positivos e negativos de SPI indicam, respectivamente, valores maiores e menores do que a mediana da precipitação.

Período utilizado

Os produtos desta página foram produzidos a partir de todo o período disponível de dados de precipitação do CPTEC/INPE, que vai de janeiro de 1961 até o último mês disponível.

Escala de tempo

Corresponde ao número de meses que se estende até o final do mês em curso. Alguns processos são rapidamente afetados pelo comportamento climático de um dado local, como a agricultura de sequeiro, e a velocidade com que as gramíneas e arbustos secam. A escala de tempo relevante neste caso é de um mês ou dois. Outros processos têm escalas de tempo mais longas (normalmente vários meses), tais como a taxa na qual o nível de poços rasos, pequenas lagoas e rios menores ficam mais baixos ou mais cheios. Alguns processos têm escalas de tempo muito mais longas, como por exemplo, a velocidade que os principais reservatórios ou aquíferos, ou grandes massas naturais de água, se elevam ou diminuem, e a escala de tempo dessas variações é da ordem de vários anos. Em vista disso, o SPI está disponível nas escalas de tempo de 1, 3, 6, 12, 24 e 48 meses, significando o período durante o qual se acumula o valor de precipitação: o SPI 01 corresponde à precipitação mensal, o SPI 03 corresponde à precipitação acumulada em 3 meses, e assim por diante.

Limiares de SPI

o SPI é dado em limiares, que tecnicamente correspondem ao número de desvios padrão que a precipitação cumulativa observada se afasta da média climatológica. São comumente utilizados sete limiares, que vão desde a situação mais extrema em termos de déficit de precipitação até a situação mais extrema em termos de excesso de precipitação.

Referência bibliográfica

McKee, T. B., Doesken , N. J. e Kleist, J. The relationship of drought frequency and duration to time scales, In: Eighth Conference on Applied Clomatology, Anaheim, California, 1993 (veja o PDF)